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sexta-feira

Repartir conhecimento...Gracián x Guzmán

Repartir o conhecimento

Uma das maiores alegrias que um amigo pode ter é presentear alguém de quem gosta ou respeita com o conhecimento.
Marinho Guzman.


Quem foi Baltasar Gracián?

Escritor espanhol, jesuíta, escreveu várias obras entre elas A Arete da Prudência, em 1647.
A obra deveria ser um guia para os homens do seu tempo para ajudar a “desemaranhar nos labirintos das intrigas, das dúvidas e das maledicências cotidianas”, isso segundo Domenico de Masi, o laureado escritor que edita agora a obra do mesmo nome, com uma coletânea de 150 dos 300 aforismos originais, mantendo na medida do possível sua originalidade com pequenas atualizações para facilitar a leitura. Editora Sextante 2003, 3a.a edição.


O homem em seu tempo.

Os homens extraordinários dependem da época em que vivem para se destacar. Nem todos tiveram a época que mereciam e muitos que tiveram não conseguiram desfrutá-la. Alguns foram dignos de dias melhores, mas nem sempre o que é bom trunfa sempre. As coisas têm seu tempo, inclusive as pessoas eminentes dependem do gosto da época. A sabedoria, porém, leva vantagem; é eterna. Se este não é seu tempo, muitos outros o serão.

Relacione-se com quem tenha o que lhe ensinar.
O trato amigável deve ser uma escola de erudição, e a conversa, um ensinamento culto. Deve-se fazer com que seus amigos sejam também seus melhores mestres, combinando o útil da aprendizagem com os gostos da conversa.Deve-se alternar o prazer com a instrução. Os aplausos gratificam aqueles que falam, e os que ouvem são recompensados com o ensinamento. Normalmente a própria conveniência nos leva a conversar com outras pessoas- e assim enobrecemos. O homem prudente freqüenta as casas dos homens eminentes, pois mais que palácios da vaidade são cenários de grandeza. Existem senhores com reputação de prudentes que são oráculos de grandeza por ser exemplo e modo de agir. Além disso, o grupo de seus acompanhantes é uma refinada academia de sensatez, tato e engenho.


A sorte e a fama.
O que uma tem de inconstante, a outra tem de firme. Asorte ajuda durante, e a fama, depois. Uma age contra a inveja, a outra contra o esquecimento. A fortuna é desejada e às vezes construída com nossos esforços, mas o renome exige trabalho constante. A fama foi e é irmã de gigantes, move-se sempre nos extremos: ou monstros ou prodígios, ou rejeição ou aplauso.

APRENDER A USAR O DESPREZO
Uma maneira astuta de conseguir as coisas é desprezando-as. Quando se procura por elas, elas não estão lá, e mais tarde, sem que tentemos, elas vêm correndo. As coisas terrenas são as sombras das eternas, e se comportam como tal; fogem quando as perseguimos e nos perseguem quando fugimos delas. O desprezo é a mais política das vinganças. Uma máxima sábia: nunca se defenda com a caneta, pois ela deixa uma pista e glorifica os rivais, ao invés de puni-los por sua insolência. Os indignos sagazmente se opõem aos grandes homens: tentam ganhar fama de modo indireto, sem merecê-la de fato. Seriam desconhecidos se seus excelentes oponentes não fizessem caso deles. Não existe vingança maior que o esquecimento: enterrar os outros no pó da própria insignificância. Tolos descarados tentam tornar-se imortais incendiando as maravilhas do mundo. Uma maneira de calar falatórios vulgares é ignorando-os. Contestá-los causa prejuízo. Dar-lhes crédito traz descrédito. Contra a emulação, a complacência; pois a sombra do desdouro, ainda que não obscureça de todo a maior qualidade, diminui o brilho.Baltasar Gracián


Cercar-se de pessoas inteligentes.
Os poderosos tem muita sorte em ter ao seu lado homens de grande inteligência, capacitados para resolver os problemas causados pela ignorância e que lutam por eles nas situações mais difíceis. Servir-se de sábios é uma grandeza especial. Supera o gosto bárbaro de Tigrano, que fazia dos reis vencidos seus serviçais. É muito melhor outro tipo de domínio: transformar, por uma arte especial, aqueles que a natureza dotou de inteligência superior em nossos servidores. Há muito o que conhecer, a vida é curta e não se vive se não se sabe. É portanto, uma habilidade especial aprender sem esforço, aprender muito de muitos, sabendo tanto como todos. Se você conseguir isso, será capaz de falar por muitos em uma reunião, pois por sua boca vão falar tantos sábios quantos foram os que o prepararam. Conseguirá assim, com suor alheio, fama de oráculo. Aqueles que não puderem ter a sabedoria como serva devem tê-la ao menos como companheira.Conhecer seu pior defeito Ninguém vive sem o contraponto da melhor qualidade. Se o pior defeito for favorecido, ele nos dominará como um tirano. Devemos declarar-lhe guerra. O primeiro passo é descobri-lo: conhecido será vencido. Para ser senhor de si, é preciso refletir sobre si mesmo. Vencido esse defeito, os outros acabarão.Baltasar Gracián- A Arte da prudência


Compreender o temperamento das pessoas com quem se lida
Para saber das suas intenções. Se as causas são conhecidas, se conhecem as e conseqüências delas e se deduzem as intenções. O pessimista é agoureiro, e o maledicente sempre encontra culpas. Sempre imaginam o pior. Como não vêem as coisas boas do presente, anunciam o mal futuro. O apaixonado vê as coisas diferentes do que são, porque é movido pela paixão, não pela razão. Cada um fala segundo suas preferências e seu humor, e todos estão longe da verdade. É preciso decifrar os rostos e interpretar os sinais da alma, Assim se conhecerá o tolo porque está sempre rindo e o falso porque nunca ri. Cuidado com o perguntador, seja porque é indiscreto, seja porque se fixa nos defeitos. Não espere muito dos feios, porque costumam se vingar da natureza por tê-los favorecido tão pouco. A tolice é diretamente proporcional à beleza.


Descobrir o bom de cada coisa
É a marca do bom gosto. A abelha logo acha a doçura para a colméia, e a víbora, a amargura para o veneno. O mesmo acontece com os gostos: uns preferem o melhor e outros o pior. Em tudo há algo de bom, especialmente nos livros, pois são resultado da reflexão. O caráter de alguns é tão desgraçado que, entre mil qualidades, encontrarão o único defeito, e o criticarão e o aumentarão. Estes recolhem as sujeiras das vontades e das inteligências, sobrecarregando-se de infâmias e de defeitos, não por serem perspicazes, mas como castigo por seu mau discernimento. Levam uma vida péssima, pois só se alimentam de amarguras e imperfeições. Muito melhor é o gosto daqueles que, entre mil defeitos, logo encontrarão a única perfeição que escapou à boa sorte.
Estar no auge da perfeição.Não se nasce feito.Cada dia vamos nos aperfeiçoando no pessoal e no profissional, até chegar ao ponto mais alto, à plenitude de qualidades, à eminência. Isto se conhece no gosto refinado, na pureza da inteligência, na maturidade do julgamento, na retidão da vontade. Alguns nunca chegam a ser completos, sempre lhes falta alguma coisa. Outros demoram para chegar lá. O homem "acabado"-sábio em atos e palavras- é aceito, e inclusive desejado, no seleto grupo dos discretos.Baltasar Gracián em A arte da prudência.
Metade do mundo ri da outra metade, e ambas são tolasDependendo da opinião, ou tudo é bom, ou tudo é ruim. Aquilo que uns perseguem outros evitam. Por isso, quem deseja regular tudo segundo seu critério é um tolo insuportável. A perfeição não depende de uma única opinião: os gostos são tantos quantos os rostos, e igualmente variados. Não existe defeito que não seja apreciado por alguém. Não desanime se algumas coisas não agradam a uns, pois não vão faltar outros que as apreciem. O aplauso também não deve ser motivo de orgulho, porque sempre vão existir condenações. A regra para a verdadeira satisfação é a aprovação das pessoas conceituadas, que tem voz e voto nessas matérias. Não se vive de um só critério, nem de um só costume, nem de um só século.

Moderação no julgar
Cada um pensa conforme lhe convém e apresenta razões para suas caprichosas opiniões. A maior parte dos homens põe a paixão na frente do juízo. Quando duas pessoas sustentam posições contrarias, cada uma pensa ter razão. Mas a razão é fiel e não tem duas caras. O sábio deve agir com cautela em assuntos tão delicados, e sua própria dúvida irá corrigir o julgamento inicial sobre o comportamento alheio. Ao se colocar no lugar do outro e examinar seus motivos, não condenará nem se justificará tão cegamente.


Nem amar nem diar para sempre
Trate os amigos de hoje como se pudessem se tornar os inimigos de amanhã, inclusive os piores. Como a experiência mostra que isso pode acontecer, deve-se estar prevenido. Os desertores da amizade não devem receber armas, pois farão com elas a pior guerra. Os inimigos, ao contrário, devem ter sempre uma porta aberta para a reconciliação. A porta da cortesia é a mais segura. Às vezes uma vingança consumada vira um tormento, e o prazer pelo dano causado ao inimigo se torna motivo de pesar.

Não se deixar levar pela primeira impressão
Alguns se casam com a primeira informação: as outras são concubinas. E, como a mentira sempre se adianta, a verdade não tem lugar depois. Nem a vontade, nem a inteligência devem se satisfazer com a primeira impressão: indica pouca profundidade. Algumas pessoas são como uma vasilha nova, que fica impregnada com o primeiro cheiro, tanto do mau licor como do bom. É perigoso que os outros conheçam essa limitação, pois dá margem a estratagemas maliciosos. Os mal-intencionados se antecipam e se pintam da cor da credulidade. Sempre deve haver lugar para um segundo exame. Deixe uma porta aberta à segunda e à terceira informações. Impressionar-se facilmente demonstra incapacidade e está próximo da paixão.
Aquilo que agrada a muitos deve ter algo de bom.
Ainda que não se entenda, que se aproveite. A singularidade é sempre odiosa e quando está errada, é ridícula. Desacredita mais o autor da crítica do que o seu objeto, deixando-o sozinho com seu mau gosto. Aquele que não sabe discernir o que há de bom nas coisas deve dissimular sua inteligência limitada. Não se deve criticar sem consideração: o mau gosto normalmente nasce da ignorância. O que todos dizem ou é, ou será.



Não seguir nunca, por obstinação, o pior partido...
Só porque o competidor se adiantou e escolheu o melhor. Assim, você começa a luta já vencido, e depois será necessário render-se. O bem nunca se vingará com o mal. O oponente foi astuto ao antecipar-se escolhendo o melhor, e você seria tolo ao tomar o pior partido para se defender. Ser teimoso nas ações é mais perigoso do que em palavras porque corre-se mais riscos ao fazer do que ao falar. É estupidez própria dos obstinados não se dar conta da verdade nem da utilidade, por estarem mais preocupados em contradizer e lutar. O homem prudente está sempre do lado da razão , não da paixão. Ou ele se previne ou corrige depois a rota. Se o oponente é tolo, a própria insensatez o fará mudar de lado, mesmo que seja para tomar o pior partido. Para fazê-lo abandonar a melhor posição, o único remédio é aderir à sua escolha. A tolice e a teimosia farão com que abandone a causa e o levarão à ruína.

Não competir com quem não tem nada a perder
A luta seria desigual. O outro começa com desembaraço porque perdeu até a vergonha. Não tem mais o que perder, por isso se lança de cabeça em qualquer despropósito. Nunca exponha sua inestimável reputação a um risco tão cruel . Conquistá-la levou muitos anos para perdê-la em assuntos sem importância. Um mau vento pode gelar o suor do esforço. Por ter muito a perder, o homem honesto se detém. Preocupado com sua reputação, observa o oponente e age com cautela para colocar o prestígio a salvo. Nem sequer com a vitória pode-se ganhar aquilo que se perdeu ao se correr o risco de perder.
Perseguir a vitória
Alguns se esgotam ao começar e não acabam nada. Começam, mas não persistem: têm um caráter instável. Nunca recebem elogios porque nada concluem. Terminam sempre por abandonar o começado. Uns acabam as coisas, outros acabam com elas. Suam até superar a dificuldade, mas se contentam em tê-la vencido, mas não sabem aproveitar a vitória; demonstram que podem, mas não sabem querem. É um defeito, não importa se por erro de cálculo ou inconstância . Se a empreitada é boa, por que não se termina? E se é ruim, por que se começou? O homem sagaz não só espreita a perdiz- vai à caça.
Sentir e expressar-seQuerer ir contra a corrente não desfaz os enganos e é perigoso. Somente Sócrates podia fazê-lo. Discordar é considerado uma ofensa porque significa condenar a opinião alheia. Os contrariados se multiplicam tanto em consideração àquele que foi criticado quanto àqueles que o aplaudiam. A verdade é de poucos, mas o engano é tão comum quanto vulgar. Não se conhece o sábio pelo que fala em público, pois não o faz com sua voz, mas com a da tolice comum, por mais que discorde dela interiormente. A pessoa sensata foge de ser desmentida e de contradizer os outros: rápida na censura, é lenta para torná-la pública. O sentir é livre, não se pode nem se deve violentá-lo. O homem prudente refugia-se no silêncio e se mostra a poucos e sábios.

Ser um pouco negociante
A teoria deve estar unida à prática. É fácil enganar um sábio, porque conhece até o mais extraordinário, mas ignora o mais necessário, as coisas comuns da vida. O estudo do mais sublime não deixa lugar para o mais simples. Ignoram o primeiro que deveriam saber, o que todos dominam. Por isso, ou são admirados ou são considerados ignorantes pelas pessoas superficiais. O homem sábio deve tentar ser um pouco negociante, o suficiente para não ser enganado nem objeto de riso. Que seja prático, pois, ainda que isso não seja o ponto alto da sua vida, é muito útil. De que serve o conhecimento se não é prático? O verdadeiro saber de hoje é saber viver!Baltasar Gracián- A Arte da prudência


Saber um pouco mais e viver um pouco menos
Há quem pense o contrário. Melhor é o ócio bem empregado do que o negócio. Tudo o que possuímos é o tempo, único bem de quem não tem nada. A vida é preciosa demais para ser desperdiçada tanto em trabalhos mecânicos quanto em excesso de tarefas sublimes. Não devemos nos sobrecarregar nem de ocupações, nem de rivalidades: isso é maltratar a vida e sufocar o ânimo. Alguns acreditam que também se deve evitar o saber, mas, se não se sabe, não se vive.


Se souber pouco na sua profissão, atenha-se ao mais seguro.
Desse modo, ainda eu não seja considerado inteligente, passará confiança. Aquele que sabe pode se arriscar a fazer o que quer, mas saber pouco e arriscar-se é jogar-se voluntariamente no precipício. Quando se sabe pouco, é melhor seguir pela estrada principal. Deve-se manter o caminho reto e não faltará o caminho firme. Em todos os casos, sabendo ou não sabendo, a segurança é mais prudente que a singularidade.Baltasar Gracián
Saber escutar quem sabeNão se pode viver sem entendimento, próprio ou emprestado. Muitas pesssoas não tem consciência do que não sabem, e outras pensam que sabem sem saber. Os erros da estupidez são irremediáveis, pois, como os ignorantes não se consideram assim, não procuram aquilo que lhes falta. Alguns seriam sábios se não acreditassem sê-lo. Por isso, os poucos oráculos da prudência vivem ociosos porque ninguém os consulta. Pedir conselho não diminui a grandeza nem a capacidade de ninguém. Ao contrário, fortalece a reputação. É bom ouvir a razão para evitar o ataque da má sorte.Relacione-se com quem tenha algo a ensinar
Relacione-se com quem tenha o que lhe ensinar.O trato amigável deve ser uma escola de erudição, e a conversa, um ensinamento culto. Deve-se fazer com que seus amigos sejam também seus melhores mestres, combinando o útil da aprendizagem com os gostos da conversa.Deve-se alternar o prazer com a instrução. Os aplausos gratificam aqueles que falam, e os que ouvem são recompensados com o ensinamento. Normalmente a própria conveniência nos leva a conversar com outras pessoas- e assim enobrecemos. O homem prudente freqüenta as casas dos homens eminentes, pois mais que palácios da vaidade são cenários de gradeza. Existem senhores com reputação de prudentes que são oráculos de grandeza por seu exemplo e modo de agir. Além disso, o grupo de seus acompanhantes é uma refinada academia de sensatez, tato e engenho.Baltasar Gracián-

Tratar sempre com pessoas de princípiosVocê pode correr o risco de confiar nelas. A honradez é a maior garantia no relacionamento porquê, mesmo se houver alguma divergência, cada um age como é. Mais vale se desentender com gente de bem do que triunfar sobre gente do mal. Não há boas relações com a maldade porque ela não tem compromisso com a virtude. Por isso, entre pessoas más nunca existe verdadeira amizade. É preciso desconfiar de suas gentilezas porque não são honradas. Evite quem não tem princípios. Quem não estima a honra não aprecia a virtude. E a honra é o trono da integridade.

Tirar partido da novidade
O apreço dura enquanto é novidade. Ela agrada a todos porque varia e refresca o gosto. Gosta-se mais de uma mediocridade nova do que de um prodígio conhecido. Até o que é excelente se gata e envelhece. A gloria da novidade durará pouco, ao final de quatro dias perderá o respeito. Por isso, deve-se tirar todo o proveito do primeiro agrado fugaz. Se o valor da novidade esfria, acaba a paixão, e o gosto se converte em rejeição. Tudo tem seu momento e passa.
Vencer a inveja e a maldade
É prudente desprezar a inveja, mas a indiferença não vale o mesmo que a gentileza. Não há aplausos suficientes para quem fala bem daquele que fala mal. Não há vingança mais nobre que vencer a inveja com méritos e qualidades. Cada sucesso aumenta o tormento do invejoso. Para o rival a glória do outro é um inferno. Este é o maior castigo: fazer da sua felicidade um veneno para o adversário. O invejoso não morre uma vez só, mas tantas quanto o invejado for aplaudido. A eternidade da fama de um compete com a dor do outro: os dois são imortais, aquele nas suas glórias e este nas suas penas. O clarim da fama soa para anunciar a imortalidade de um e divulga a morte do outro, condenando-o à forca da inveja.


Saiba sair de cenaSaiba sair de cena
Uma das coisas que aprendi com pessoas de grande sabedoria é saber sair de cena, deixar o palco, sair da roda, mudar de assunto.Saber o momento exato de fazer com que os holofotes fiquem sobre os outros e não sobre você.No mundo competitivo em que vivemos a sua presença "marcante" pode marcar demais. A sua idéia "brilhante" pode brilhar demais. A forma "inovadora" de pensar pode inovar demais.E nem sempre as pessoas estão dispostas a deixar você brilhar impunemente. É hora de sair de cena.Nem que seja por um tempo.É preciso fazer os outros pensarem que você desistiu.É preciso dar a chance das pessoas acharem que você não quer mais estar no palco.Mas saber sair de cena é uma arte tão importante quanto saber entrar em cena. Todo ator sabe disso. Assim, é preciso sair de cena com classe. É preciso sair de cena com a discrição de um lorde inglês.Quando as pessoas sentem-se ameaçadas por você e começam a ter respostas agressivas

A sorte e a fama.
O que uma tem de inconstante, a outra tem de firme. A sorte ajuda durante, e a fama, depois. Uma age contra a inveja, a outra contra o esquecimento. A fortuna é desejada e às vezes construída com nossos esforços, mas o renome exige trabalho constante. A fama foi e é irmã de gigantes, move-se sempre nos extremos: ou monstros ou prodígios, ou rejeição ou aplauso.


Estar no auge da perfeição.
Não se nasce feito. Cada dia vamos nos aperfeiçoando no pessoal e no profissional, até chegar ao ponto mais alto, à plenitude de qualidades, à eminência. Isto se conhece no gosto refinado, na pureza da inteligência, na maturidade do julgamento, na retidão da vontade. Alguns nunca chegam a ser completos, sempre lhes falta alguma coisa. Outros demoram para chegar lá. O homem "acabado"-sábio em atos e palavras- é aceito, e inclusive desejado, no seleto grupo dos discretos.

Caráter e inteligência
São os dois pólos para exibir as qualidades de um homem. Um sem o outro é boa sorte pela metade. Não basta ser inteligente, é preciso também ter predisposição de caráter. A má sorte do tolo é desconsiderar a sua condição, ocupação, vizinhança e amizades.


Cercar-se de pessoas inteligentes

Os poderosos tem muita sorte em ter ao seu lado homens de grande inteligência, capacitados para resolver os problemas causados pela ignorância e que lutam por eles nas situações mais difíceis. Servir-se de sábios é uma grandeza especial. Supera o gosto bárbaro de Tigrano, que fazia dos reis vencidos seus serviçais. É muito melhor outro tipo de domínio: transformar, por uma arte especial, aqueles que a natureza dotou de inteligência superior em nossos servidores. Há muito o que conhecer, a vida é curta e não se vive se não se sabe. É portanto, uma habilidade especial aprender sem esforço, aprender muito de muitos, sabendo tanto como todos. Se você conseguir isso, será capaz de falar por muitos em uma reunião, pois por sua boca vão falar tantos sábios quantos foram os que o prepararam. Conseguirá assim, com suor alheio, fama de oráculo. Aqueles que não puderem ter a sabedoria como serva devem tê-la ao menos como companheira.


Nem amar nem odiar para sempre

Trate os amigos de hoje como se pudessem se tornar os inimigos de amanhã, inclusive os piores. Como a experiência mostra que isso pode acontecer, deve-se estar prevenido. Os desertores da amizade não devem receber armas, pois farão com elas a pior guerra. Os inimigos, ao contrário, devem ter sempre uma porta aberta para a reconciliação. A porta da cortesia é a mais segura. Às vezes uma vingança consumada vira um tormento, e o prazer pelo dano causado ao inimigo se torna motivo de pesar.

Descobrir o bom de cada coisa

É a marca do bom gosto. A abelha logo acha a doçura para a colméia, e a víbora, a amargura para o veneno. O mesmo acontece com os gostos: uns preferem o melhor e outros o pior. Em tudo há algo de bom, especialmente nos livros, pois são resultado da reflexão. O caráter de alguns é tão desgraçado que, entre mil qualidades, encontrarão o único defeito, e o criticarão e o aumentarão. Estes recolhem as sujeiras das vontades e das inteligências, sobrecarregando-se de infâmias e de defeitos, não por serem perspicazes, mas como castigo por seu mau discernimento. Levam uma vida péssima, pois só se alimentam de amarguras e imperfeições. Muito melhor é o gosto daqueles que, entre mil defeitos, logo encontrarão a única perfeição que escapou à boa sorte.


Tratar sempre com pessoas de princípios

Você pode correr o risco de confiar nelas. A honradez é a maior garantia no relacionamento porquê, mesmo se houver alguma divergência, cada um age como é. Mais vale se desentender com gente de bem do que triunfar sobre gente do mal. Não há boas relações com a maldade porque ela não tem compromisso com a virtude. Por isso, entre pessoas más nunca existe verdadeira amizade. É preciso desconfiar de suas gentilezas porque não são honradas. Evite quem não tem princípios. Quem não estima a honra não aprecia a virtude. E a honra é o trono da integridade.


Três coisas fazem um prodígio

E todas constituem dádivas da generosidade divina:
Rica inteligência, juízo profundo e bom gosto. A imaginação é um grande dom, mas é ainda mais notável raciocinar e ter um bom entendimento. A inteligência não deve estar no esforço, pois seria mais trabalhadora do que aguda. Pensar bem é o resultado da racionalidade. Aos vinte anos reina a vontade, aos trinta a inteligência, aos quarenta o juízo. Algumas mentes irradiam luz com os olhos do lince e raciocinam melhor na escuridão. Outras reagem de acordo com a ocasião. Encontram respostas com freqüência e bem: uma fecundidade felicíssima. E o bom gosto dá sal a toda vida.


Deixar os outros com fome

Deixe um resto de néctar nos lábios. O desejo é a medida da estima. É bom aliviar a sede física , mas não sacia-la: o bom, se é pouco, é bom duas vezes. Perde-se muito na segunda vez. As grandes doses de agrado são perigosas porque levam a se desprezar a mais eterna superioridade. A única regra para agradar é pegar o apetite com fome. Um desejo impaciente é mais estimulante do que se fartar de prazer.Uma felicidade difícil de se conseguir é desfrutada em dobro.


Não começar com muita expectativa.

É comum ver que tudo que recebe muitos elogios antes de acontecer não alcançará depois o sucesso esperado. O real nunca pode alcançar o imaginado, porque imaginar a perfeição é fácil, mas atingi-la é muito difícil. O casamento da imaginação com o desejo sempre concebe as coisas muito melhores do que elas são. A excelência -por maior que ela seja- não é suficiente para satisfazer a idéia inicial, Por isso, ao criar uma expectativa exorbitante, causa-se mais decepção do que admiração.
A esperança é uma grande falsificadora da verdade. A sensatez deve refreá-la, procurando que o gozo do real supere o desejo do imaginário. Os inícios honrados servem para despertar a curiosidade e não para comprometer a tentativa final. O resultado é melhor quando a realidade supera o que se pensou. Esta regra não serve para coisas ruins. Quando se exagera um mal e a realidade desmente a imaginação, o que a princípio parecia muito ruim chega a ser tolerável.



Não ser registro dos erros alheios

Ocupar-se dos erros dos outros é sinal de que a própria reputação está arranhada. Alguns gostariam de esconder, até mesmo apagar, as próprias falhas, realçando as dos demais. Este e o consolo dos tolos. Nesses assuntos, quando mais se cava, mais se enlameia. Poucos escapam de ter algum defeito, hereditário ou não. Só não se conhece as faltas dos desconhecidos. O homem prudente deve evitar contabilizar os erros alheios. Senão pode se tornar uma desagradável lista negra -viva, mas desumana.



Não começar a vida por onde se deve terminar

Algumas pessoas descansam no princípio e deixam o trabalho para o fim. O essencial deve vir primeiro e depois, se houver espaço, o acessório. Outras querem triunfar antes de lutar. Alguns começam aprendendo o que menos importa e os estudos úteis e importantes são deixados para o fim da vida. Outros se orgulham quando nem bem começaram a fazer fortuna. O método é essencial para saber e poder viver.



Tirar partido da novidade


O apreço dura enquanto é novidade. Ela agrada a todos porque varia e refresca o gosto. Gosta-se mais de uma mediocridade nova do que de um prodígio conhecido. Até o que é excelente se gata e envelhece.
A gloria da novidade durará pouco, ao final de quatro dias perderá o respeito. Por isso, deve-se tirar todo o proveito do primeiro agrado fugaz. Se o valor da novidade esfria, acaba a paixão, e o gosto se converte em rejeição. Tudo tem seu momento e passa.


Não ser o único a criticar o que agrada a muitos

Aquilo que agrada a muitos deve ter algo de bom. Ainda que não se entenda, que se aproveite. A singularidade é sempre odiosa e quando está errada, é ridícula. Desacredita mais o autor da crítica do que o seu objeto, deixando-o sozinho com seu mau gosto. Aquele que não sabe discernir o que há de bom nas coisas deve dissimular sua inteligência limitada. Não se deve criticar sem consideração: o mau gosto normalmente nasce da ignorância. O que todos dizem ou é, ou será.



Compreender o temperamento das pessoas com quem se lida

Para saber das suas intenções. Se as causas são conhecidas, se conhecem as e conseqüências delas e se deduzem as intenções. O pessimista é agoureiro, e o maledicente sempre encontra culpas. Sempre imaginam o pior. Como não vêem as coisas boas do presente, anunciam o mal futuro. O apaixonado vê as coisas diferentes do que são, porque é movido pela paixão, não pela razão. Cada um fala segundo suas preferências e seu humor, e todos estão longe da verdade. É preciso decifrar os rostos e interpretar os sinais da alma, Assim se conhecerá o tolo porque está sempre rindo e o falso porque nunca ri. Cuidado com o perguntador, seja porque é indiscreto, seja porque se fixa nos defeitos. Não espere muito dos feios, porque costumam se vingar da natureza por tê-los favorecido tão pouco. A tolice é diretamente proporcional à beleza.



Moderação no julgar

Cada um pensa conforme lhe convém e apresenta razões para suas caprichosas opiniões. A maior parte dos homens põe a paixão na frente do juízo. Quando duas pessoas sustentam posições contrarias, cada uma pensa ter razão. Mas a razão é fiel e não tem duas caras. O sábio deve agir com cautela em assuntos tão delicados, e sua própria dúvida irá corrigir o julgamento inicial sobre o comportamento alheio. Ao se colocar no lugar do outro e examinar seus motivos, não condenará nem se justificará tão cegamente.

Ser um pouco negociante

A teoria deve estar unida à prática. É fácil enganar um sábio, porque conhece até o mais extraordinário, mas ignora o mais necessário, as coisas comuns da vida. O estudo do mais sublime não deixa lugar para o mais simples. Ignoram o primeiro que deveriam saber, o que todos dominam. Por isso, ou são admirados ou são considerados ignorantes pelas pessoas superficiais. O homem sábio deve tentar ser um pouco negociante, o suficiente para não ser enganado nem objeto de riso. Que seja prático, pois, ainda que isso não seja o ponto alto da sua vida, é muito útil. De que serve o conhecimento se não é prático? O verdadeiro saber de hoje é saber viver!



Não se deixar levar pela primeira impressão

Alguns se casam com a primeira informação: as outras são concubinas. E, como a mentira sempre se adianta, a verdade não tem lugar depois. Nem a vontade, nem a inteligência devem se satisfazer com a primeira impressão: indica pouca profundidade. Algumas pessoas são como uma vasilha nova, que fica impregnada com o primeiro cheiro, tanto do mau licor como do bom. É perigoso que os outros conheçam essa limitação, pois dá margem a estratagemas maliciosos. Os mal-intencionados se antecipam e se pintam da cor da credulidade. Sempre deve haver lugar para um segundo exame. Deixe uma porta aberta à segunda e à terceira informações. Impressionar-se facilmente demonstra incapacidade e está próximo da paixão


Conhecer seu pior defeito

Ninguém vive sem o contraponto da melhor qualidade. Se o pior defeito for favorecido, ele nos dominará como um tirano. Devemos declarar-lhe guerra. O primeiro passo é descobri-lo: conhecido será vencido. Para ser senhor de si, é preciso refletir sobre si mesmo. Vencido esse defeito, os outros acabarão.


Saber retirar-se

Na casa da sorte,quem entra pela porta do prazer sai pela porta da tristeza, e vice-versa. Atenção ao desfecho: deve-se estar mais atento a um final feliz do que a uma entrada triunfal. É freqüente que as pessoas de sorte tenham inícios favoráveis e fins trágicos. O que importa não é receber aplausos na entrada- o que é muito comum-, mas continuar a ser aplaudido na saída, fazer falta ao partir, o que é mais raro. Poucas vezes a sorte acompanha os que saem: é educada com os que chegam e descortês com os que se vão.



Começar com cuidado

A tolice sempre entra de roldão, pois todos os tolos são audazes. A mesma estupidez que os impde de perceber o perigo depois não lhes deixa ter a sensação de fracasso. Mas a prudência chega com grande tato. A observação e a cutela sãos eus batedores, abrindo caminho para que possa avançar sem perigo. Qualquer ação irrefletida está condenada pela discriçcão, ainda que às vezes se salve pela sorte. A sagacidade deve estudar o terreno e aprudencia conduzir à terra firme. Hoje há muitos perigos no trato humano e convém explorar o caminho com cuidado.

Um pouco de audácia

É preciso moderar a idéia que se tem dos outros para não coloca-los tão alto que se passe a teme-los. Que a imaginação nunca vença ao coração. Alguns parecem importantes até que se comece a lidar com eles. O contato, com freqüência, provoca mais decepção que amizade. Ninguém excede os curtos limites do ser humano: cada um tem um senão, uns na inteligência e outros no caráter. A posição social proporciona uma autoridade aparente que quase nunca é acompanhada de verdadeira autoridade. A sorte costuma castigar quem ocupa grandes cargos com méritos inferiores. A imaginação sempre aumenta e pinta as coisas mais importantes do que são: não mostra apenas o que há, mas o que poderia haver. A razão, curtida pela experiência, deve corrigir isso. A tolice não pode ser atrevida, nem a virtude, temerosa. Se a audácia é útil aos tolos, será ainda mais aos sábios e corajosos.


Não seguir nunca, por obstinação, o pior partido

Só porque o competidor se adiantou e escolheu o melhor. Assim, você começa a luta já vencido, e depois será necessário render-se. O bem nunca se vingará com o mal. O oponente foi astuto ao antecipar-se escolhendo o melhor, e você seria tolo ao tomar o pior partido para se defender. Ser teimoso nas ações é mais perigoso do que em palavras porque corre-se mais riscos ao fazer do que ao falar. É estupidez própria dos obstinados não se dar conta da verdade nem da utilidade, por estarem mais preocupados em contradizer e lutar. O homem prudente está sempre do lado da razão , não da paixão. Ou ele se previne ou corrige depois a rota. Se o oponente é tolo, a própria insensatez o fará mudar de lado, mesmo que seja para tomar o pior partido. Para fazê-lo abandonar a melhor posição, o único remédio é aderir à sua escolha. A tolice e a teimosia farão com que abandone a causa e o levarão à ruína.


Não competir com quem não tem nada a perder
A luta seria desigual. O outro começa com desembaraço porque perdeu até a vergonha. Não tem mais o que perder, por isso se lança de cabeça em qualquer despropósito. Nunca exponha sua inestimável reputação a um risco tão cruel . Conquistá-la levou muitos anos para perdê-la em assuntos sem importância. Um mau vento pode gelar o suor do esforço. Por ter muito a perder, o homem honesto se detém. Preocupado com sua reputação, observa o oponente e age com cautela para colocar o prestígio a salvo. Nem sequer com a vitória pode-se ganhar aquilo que se perdeu ao se correr o risco de perder.


Vencer a inveja e a maldade
É prudente desprezar a inveja, mas a indiferença não vale o mesmo que a gentileza. Não há aplausos suficientes para quem fala bem daquele que fala mal. Não há vingança mais nobre que vencer a inveja com méritos e glória do outro é um inferno. Este é o maior castigo: fazer da sua felicidade um veneno para o adversário. O invejoso não morre uma vez só, mas tantas quanto o invejado for aplaudido. A eternidade da fama de um compete com a dor do outro: os dois são imortais, aquele nas suas glórias e este nas suas penas. O clarim da fama soa para anunciar a imortalidade de um e divulga a morte do outro, condenando-o à forca da inveja.



Saber um pouco mais e viver um pouco menos
Há quem pense o contrário. Melhor é o ócio bem empregado do que o negócio. Tudo o que possuímos é o tempo, único bem de quem não tem nada. A vida é preciosa demais para ser desperdiçada tanto em trabalhos mecânicos quanto em excesso de tarefas sublimes. Não devemos nos sobrecarregar nem de ocupações, nem de rivalidades: isso é maltratar a vida e sufocar o ânimo. Alguns acreditam que também se deve evitar o saber, mas, se não se sabe, não se vive.


DE MARINHO GUZMÁN


O invejoso

O invejoso sofre mais pelo que os outros tem , do que pelo que lhe falta.
É comum, sentir uma diferença no olhar do interlocutor quando lhe bate uma ponta de inveja. É bom que se diga, que nem toda a inveja e ruim ou tem maldade.
Existe um tipo de inveja que demonstra admiração, satisfação, simpatia pelo sucesso material ou não que as pessoas conseguem e que se lhes diferencia de alguma forma. É motivo de satisfação invejar as pessoas inteligentes, bem sucedidas, elegantes e bonitas, o que de alguma forma ajuda com que nos de vontade de ser como elas, alcançando o mesmo sucesso.
Existe entretanto uma inveja, que como se diz, mata. É aquela que esta na popular frase: inveja de doer, ou inveja de matar. Essa inveja, ao invés de ser positiva, como a outra, destrói, amarga, incita a comentários pouco construtivos, para não dizer maldosos, impiedosos e quase sempre mentirosos.
Essa inveja é um desvio de caráter e como tal, inaceitável no convívio entre amigos ou pessoas que querem se relacionar bem. Como no caso do malandro, só existe uma maneira de não ser prejudicado pelo invejoso. É guardar distância prudente e se possível for, suficiente para estar longe dos seus olhos e comentários.
O sujeito que tem mania de que todos sentem inveja dele, e na verdade um invejoso.
Dizem, que a inveja transmite fluidos negativos e que podem prejudicar alguém. Acredito que isso seja possível , na mesma medida em que é ruim andar com as pessoas que tem defeito de caráter, ficando bem difícil sermos de qualquer forma afetados quando guardamos distancia prudente desse e de qualquer tipo de mau carater. Além disso, está mais do que provado de que todo o bem ou mal que emanamos a nos volta potencializado e é por isso que as pessoas invejosas quase sempre são mal sucedidas em uma ou todas as coisas importantes da vida.
Como sempre ouvimos falar, principalmente das pessoas mais experientes, ou que nos querem bem, diz me com quem andas e eu direi o que te espera.
O prêmio ou o castigo das pessoas é serem como elas são.
Marinho Guzman

O bom senso, a experiência e a sorte.

Quantas vezes você já olhou para um cara e disse para você mesmo...que sorte...É, o cara estava numa situação privilegiada.Puta carro, mulher bonita, embora passado dos quarenta anos o cara era bonitão, sem barriga, nada de muito músculo nem afetação para falar,a andar ou vestir.
Você sentiu vontade de estar no lugar dele e invejou, no bom sentido a sorte do cara.
Do outro lado, o cara olhou para você, que o observava e já sabia que você estava querendo a posição dele na boa, sem inveja, com uma admiração gostosa de quem se sentia na direção da Mercedes, abraçado com a loira, numa praia gostosa ou num restaurante caro.
É quase certo que o cara esteja nessa situação por mérito, com certeza teve muita sorte e quase sempre fez boas escolhas na vida e no trabalho usando de inteligência e bom senso.
Claro que existem indivíduos inescrupulosos, ladrões, corruptos e marginais de toda a sorte que também gostam de boa vida. Mas a maioria deles cedo ou tarde vais ser encontrado nas páginas policiais, nas celas das cadeias ou pagando um micão de qualquer outra natureza, como
suborno à policia e advogados caríssimos, que o deixarão mais duro do que você.
Bem, o meu caso é o da inteligência, trabalho, bom senso, boas escolhas e muita sorte.
Por isso, cara, não faça mau juízo de quem você não conhece e lute para conseguir as coisas de que você gosta. É a única maneira de você levar uma vida boa sem ficar preocupado com a opinião dos outros, a inveja predadora e os malefícios que vão sempre ao encontro e de encontro a quem não tem experiência suficiente para saber que não se deve... JULGAR NINGUÉM PELA APARÊNCIA... Abraços.
Marinho Guzman


A MANEIRA MAIS RÁPIDA DE ACABAR COM OS POBRES É ENFRAQUECENDO OS RICOS. Não fui eu quem criou a frase título. Pouco importa quem criou, o importante é que ela traz uma mensagem ignorada pela maioria dos políticos que tem tentado e conseguido alterar, para pior, a marcha natural da civilização. Não se pode negar que a humanidade, o Cristianismo, as religiões, no patamar que ocupam, tem perdido a batalha contra a fome, a ignorância e a opressão. Quanto mais rápida a comunicação e o progresso tecnológico, tão mais demorada e cruel a exclusão dos pobres e esquecidos. As cenas da Etiópia, da Bósnia e do Brasil miserável se igualam, na vergonha que sentem os homens que não participam nem compactuam com a ladroagem institucionalizada, patrocinadas não só pelos bancos, mas principalmente pelos políticos que fazem, ou deveriam fazer e cumprir as leis que poderiam, no decorrer dos tempos diminuir as diferenças entre as classes sociais. Mas, esse cenário é só pano de fundo. No momento em que o comércio de Guarujá está enfraquecido por todas as crises, a saber, a internacional, a nacional e a local, quem mais sofre e mais sofrerá serão sempre, sem dúvida os mais pobres. As primeiras contas que os comerciantes deixam de pagar, quando não há dinheiro no caixa são os impostos e os encargos sociais, em que pese ser crime reter essas importâncias, direitos indiscutíveis dos empregados. Em seguida, deixam de pagar os próprios salários, situação que culmina com a dispensa do empregado e não raro com a quebra do comerciante. Onde erra a administração municipal no caso? Preocupada com a reeleição e com a picuinha política que enfrenta com a oposição, prioriza asfaltar umas ruas de bairros pobres, ainda que sem esgotos e sem galerias pluviais, para fotografar uma conquista inglória do pobre, do humilde, ao invés de patrocinar o estudo da real situação da cidade, face às mudanças econômicas e às novas ofertas de lazer, em um sem número de outras cidades de veraneio e turismo do país e do mundo. É voz comum que o Guarujá não é o mesmo. Nem são os mesmos o Rio e Janeiro, Mônaco, Paris e nem a Grécia. Mudaram os turistas, mudaram os roteiros turísticos, o dinheiro mudou de mãos e a mentalidade tacanha dos políticos, dos dirigentes e dos próprios comerciantes da nossa cidade continuam na época da Pérola, atirada aos porcos, perdida no meio de um bando que ignora as leis de mercado, de que é preciso fortalecer os pequenos empresários para gerar empregos e recursos que serão aí sim, canalizados para as obras sociais. De nada adianta dar asfalto ao pobre quando falta dinheiro para a comida e o remédio. Ao ignorar nos três anos de sua administração os comerciantes e os proprietários dos imóveis que movimentavam a cidade, só se fez atrasar a recuperação da imagem da cidade, do comércio e com certeza não se terá enganado o pobre, que na primeira grande chuva vai perceber que a fina camada de asfalto encobre a falta de esgoto e a lama que enxovalha essa cruel exclusão dos pobres pelo enfraquecimento dos novos pobres, os outrora ricos... Marinho Guzman

O BABACA QUE GOSTARIA DE SER PETER PAN...
Se eu disser que sei exatamente o que está acontecendo, vou cair no mesmo problema que deve afetar muita gente. Tecer ilações. Tecer ilações a respeito de alguém ou alguma coisa pode ser muito interessante para escritores de romances, mentirosos patológicos ou invejosos do primeiro time. Os romancistas tem de criar uma história que prenda a atenção dos seus leitores e para isso além de colocá-la no tempo e no espaço, precisam fazer com que cada um dos personagens assuma uma personalidade. Os mentirosos patológicos só conseguem se colocar nas histórias reais ou não, arquitetando planos mirabolantes onde sua própria personalidade doente, possa interagir com personagens criados e pessoas reais. Os invejosos podem ser catalogados como indivíduos onde a falta de caráter temporária ou definitiva levam-nos a fazer ilações, adaptar patologias, criar personalidades e fatos, atribuir qualidades ou a falta delas a outrem, em razão de não ter os atributos, qualidades ou bens materiais que gostariam de ter. A inveja é sempre uma admiração, um amor por alguém, que não pode ser demonstrado, pela falta de coragem em assumir posturas que o invejado tem. O invejoso é quase sempre um indivíduo reprimido, seja pela falta de alguma coisa, por sentir-se diminuído em relação aos outros que as possuem, ou pelo simples fato de não admitir que outras pessoas possam ter méritos, que ele gostaria de ter e não tem. Os indivíduos invejosos mais novos, na faixa de idade que vai até a pós adolescência, lá pelos 20 anos, invejam dos mais velhos, principalmente a maturidade e a experiência, isso porque esses atributos os tornam mais sábios e mais desejáveis, principalmente os homens, pelas fêmeas de todas as idades. Raramente se vê mulheres mais velhas com homens mais novos. Está provado, que grande parte dos homens mais novos, tem problemas sexuais psicológicos de ansiedade, que os levam a ejaculação precoce e até a impotência. Quando esses problemas masculinos se mesclam com a inexperiência das mulheres mais novas, menos esclarecidas e muitas vezes tolhidas por uma criação paternalista, o que se vê, é a insatisfação sexual da dupla, o que atira a mulher aos braços dos homens mais velhos, mais experientes e sexualmente maduros... Voltando às ilações e ao texto de um cara que teimo em chamar de babaca, mesmo sabendo que falta muito para ele alcançar esse patamar, tenta imputar à categoria dos homens mais velhos, que tem quase tudo que se pode almejar, a síndrome de Peter Pan. Em poucas palavras, essa síndrome levaria os indivíduos a não desejarem envelhecer e se tornarem eternamente jovens. Ora, tecer ilações ao comportamento de alguém que não se conhece, imputando-lhe essa ou qualquer outra síndrome, só pode ser coisa de gente imatura, louca, ou de um invejoso, que vê no comportamento de um homem maduro, o jovem que ele não é nem nunca poderá ser. Apesar de ver e saber que é sonho, de qualquer indivíduo, ter uma vida saudável, cercada dos maiores prazeres, bens materiais, cultura e ... cheia de juventude, o babaca teima em demonstrar sua inveja, imputando possíveis defeitos de caráter em quem não conhece. Ao chamar de velhinho, ao sugerir que suas companhias sejam pagas, ao imaginar que a pessoa não tenha família, ao mentir e tornar alguém personagem das suas fantasias, com a única finalidade de poder colocar-se num cenário a que não pertence e acredita ser impossível de alcançar, o babaca desmorona na estória pífia, de um adolescente perdido. Entre as responsabilidades do mundo adulto, que não conhece, a falta de realização de seus ideais profissionais que não sabe administrar, e um futuro incerto com uma outra criança, essa do sexo feminino, junta mais dúvidas do que certezas, a um mundo que deveria ser o de Peter Pan, Cinderela, O Gato de Botas e ...Pinóquio! Creia...o maior castigo do babaca é ser reconhecido numa história, nem que seja como o Pinóquio.
Leão da Praia. Márinho Guzman
LEMBRANÇAS DE UMAS PUTAS ALEGRES... Vira e mexe eu vejo uma puta arrependida escrever a respeito da possível vida triste das moças alegres... Puta só poderia ser arrependida se ainda estivesse na flor da idade e fosse rica. Puta pobre, Deus me livre, puta pobre e velha, Deus me valha! Então, o que resta são umas putas arrependidas de nem isso terem feito com sucesso na vida. Já dizia Oscar Wilde “ a vida é importante demais para ser levada a sério”. Puta que leva a vida à sério não é, não foi e nunca será uma puta séria. Ser puta é uma prerrogativa única, exclusiva das mulheres. Provavelmente cada uma tem uma ou muitas razões para enveredarem pela dita mais antiga profissão. Talvez seja a tradição, o exemplobíblico ou mesmo uma questão de hereditariedade. Simploriamente pode se dizer que ser puta é gozado, ou gozada...e atire a primeira pedra aquele ou aquela que pode dizer que puta não goza. No mínimo, goza da cara ou goza na cara de uns e outros que no meio de uma ejaculada precoce ou por ter o pau pequeno um dia acharam que poderiam pagar meia. Voltando à putaria, um dia eu tive uma namorada que vivia reclamando das minhas escapadelas, ou escapadas dela... perguntou-me se no caso as mulheres teriam o mesmo direito. Minha saída imediata foi dizer:- Pois é, sou um puto e se você quiser o mesmo direito é só ser puta! Nunca mais se falou no assunto putaria. Então é isso. A alegria ou a tristeza de ser puta está íntima e proporcionalmente ligada ao tipo de putaria desempenhada pela puta. Puta alegre é aquela que faz com gosto, com amor, caprichando. Putas tristes são as mal amadas, aquelas que não sabem fazer com um limão uma limonada. As más profissionais que não foram putas tristes seriam esposas frígidas, péssimas deputadas, médicas displicentes e futuras esposas acomodadas. Nada a ver puta arrependida com mulher que mudou de vida. Um dia eu escrevo de tantas de mudaram de vida e se arrependeram... Leão da Praia em madrugada de putaria...







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A PALAVRA E O SONHO
Artigo de Rodolfo Konder As palavras escritas frequentemente escoiceiam as verdades oficiais, como cavalos alados. Mordem os torturadores, atacam os corruptos e os burocratas, conduzidas pela ética de quem as organiza. Além disso, nos fazem sonhar; abrem portas, janelas, cofres alçapões e caixas de Pandora; permitem que as flores nasçam em pleno asfalto; transformam o naufrágio da velhice num tempo de ventura, quando restam apenas “o homem e a alma”. As palavras escritas nos levam à Dinamarca ou nos transportam sobre as águas geladas do Báltico; percorrem conosco a veredas do Central Park, cobertas pelas folhas de um outono tardio; hospedam-nos num maravilhoso castelo do século 14, em West Sussex, junto à um cemitério; revelam nos os mistérios dos maias e dos tehotihuacanos, dos toltecas e dos babilônios, dos minoicos e dos astecas; descem suavemene como a neve sobre os vivos e os mortos; desvendam os segredos do passado- “ este quimérico museu de formas inconstantes”- e antecipam as vertigens do futuro; iluminam Paris e Jerusalém; despertam paixões, ressuscitam os mortos e desafiam os poderosos. Elas são mágicas e possuem poderes ilimitados, orientadas pela estética de quem as organiza. Há pessoas que sonham - e vão buscar nas palavras o meio de manifestar seus sonhos. Num delicado trabalho de ourivesaria, elas selecionam frases, fazem o polimento das concordâncias, montam parágrafos, para provocar emoções e despertar a imaginação dos seus leitores. Esses misteriosos seres, solitários e eternamente insatisfeitos, são chamados escritores . Este ano, eles estarão presentes, pessoalmente ou por intermédio dos seus textos, em dois grandes encontros, no Brasil: a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, e o salão Internacional do Livro, em São Paulo. Os escritores geralmente não sabem administrar bens nem lidar com dinheiro, não entendem a política cambial nem de juros acumulados. Às vezes, sofrem de insônia, pressão alta e enxaqueca. Vivem acossados pela insegurança- será que meu livro vai fazer sucesso? Ficará encalhado? Você gostou do texto? Temem sempre os críticos, a rejeição dos leitores, e em certos países sombrios, a espada cega e implacável da censura. Mas essas criaturas de aparência frágil tornam a vida muito mais intensa, fazem das palavras um instrumento de magia, distribuem sonhos e emoções. Os regimes autoritários sempre odeiam quem escreve. Na América Latina , por exemplo, poetas, romancistas, críticos e jornalistas foram perseguidos, durante os chamados “anos de chumbo”. Nos países socialistas também, porque as “ditaduras do proletariado” temiam os escritores e o poder desarmado de suas palavras. Até hoje, isso acontece em Cuba, no Marrocos, na Líbia, no Iraque, no Afeganistão, na China e em outras nações que ainda não se encontraram com a democracia. Muitas vezes os escritores acabam na prisão. Mas a cadeia não é o único mal que se abate sobre eles. Há processos variados de intimidação, ameaças, isolamento, desemprego. Há também a censura, que os brasileiros já conheceram em diversos períodos da vida nacional. Durante a ditadura de Getúlio Vargas- o período conhecido como “Estado Novo”- tivemos um inesquecível exemplo da ação dos censores. Depois do golpe militar de 1964, também fomos obrigados a conviver com a censura, que se abateu sobre o País com uma praga, brandindo sua ignorância e sua truculência de forma implacável. Apesar de todos esses problemas, apesar de tantos obstáculos, os escritores escrevem. São teimosos, quase obstinados. Escrevem sempre, mesmo na penumbra. Até na escuridão, escrevem e nos iluminam. Com o seu ofício, eles nos ensinam, nos enternecem, nos emocionam, nos humanizam, nos aprimoram. E nos fazem sonhar. Num tempo já quase esquecido e tornado mítico, William Sheakespeare escreveu “ somos feitos da mesma matéria que são feitos os sonhos.” O sonho, portanto, é o nosso ponto de partida- e o nosso ponto de chegada. Talvez até nos acompanhe na viagem derradeira ao outro lado do tempo. “Morrer, dormir, quem sabe, sonhar...”, sugeriu o próprio Shakeaspeare, um escritor que, mesmo morto, ainda nos oferece sonhos fantásticos, com seus textos imortais.RODOLFO KONDER, jornalista e escritor, foi secretário municipal de cultura de São Paulo


Razão e verdade


Palavras conhecidas, bastante empregadas, às vezes erroneamente confundidas. Muitas vezes temos razão e não temos a verdade. Isso porque, a razão não é única, duas pessoas podem ter razão e só uma é a verdade. Não a aparência da verdade, mas a verdade. Quando discutimos com alguém, quando expomos os nossos argumentos e existe razão nos nossos motivos, muitas vezes estamos enxergando mais ou só, a importância dos fatos que nos convém. A outra parte pode ter também razão nos seus argumentos, e se estiver vendo só a importância do que lhe convém, não haverá possibilidade de acordo. Temos que aprender a buscar a verdade e não a aparência da verdade ou simplesmente a razão. Quando enfatizamos tanto a razão, que a confundimos com a verdade, estamos nos enganando e nos magoando mais do que aos outros pois a luta de quem acha que tem razão leva mais ao desespero do que aquele que luta por alguma coisa que pode ou não estar certo ou errado, aquele que não tem a certeza de estar com a verdade. Muito se ouve falar na possibilidade de opinar sobre o impasse de quem tem razão. Ora, pode até importar quem tem razão, quando alguém não a tem. Como resolver impasses como a questão do jogo e do bingo e uma infinidade de outros, onde mais de um está com a razão? A resposta é a verdade. Não uma verdade parcial ou provisória, é preciso buscar a verdade à luz da razão. O intuito deste, é entender, que todos nós sabemos quando e quem tem as suas razões. Não estamos procurando as razões ou quem as tem ou não tem. Estamos procurando a verdade, que é o único caminho a seguir. A verdade é única, tarda mas aparece e quase sempre pune todos que dela fugiram, pune é verdade, alguns mais do que outros. Alguns com a tristeza de não ver a concretização dos seus ideais, outros com a impossibilidade de exercerem cargos ou funções, uns com a pecha de ladrões, outros só com a triste lembrança para seus filhos e netos de que foi um malandro, corrupto ou no mínimo incompetente. Furtar-se das obrigações legais, esconder-se atrás de razões que todos temos para alegar, quando não queremos fazer alguma coisa, é fugir da verdade, é priorizar a má vontade, é procurar sempre alguém que tenha mais obrigação do que nós, para fazer algo que precisa ser feito, seja por Pedro ou por Paulo, irmãos na obrigação de fazer, sem ter nenhuma importância as razões que cada um tenha para não fazer. O Presidente Lula tem razão. Não se pode legalizar qualquer coisa como o jogo, o crime e a prostituição infantil em nome da criação de empregos. Os empregados dos bingos tem razão, não podem perder seus empregos em nome de uma falsa moral que os fará mergulhar na miséria. Os donos de bingo tem razão, não se pode truncar uma atividade econômica lícita como foram os bingos, em nome da moralização de uma parte da maquina administrativa criminosa . Os religiosos tem razão, o jogo tem levado a desgraça inumares famílias. Os dirigentes esportivos tem razão, muito do dinheiro arrecadado pelos bingos foi bem empregado no esporte amador. A Receita Federal tem razão, grande parte dos recursos que deveriam ser empregados no pagamento dos impostos e de outras obrigações dos bingos foram sonegados. Os cidadãos tem razão quando alegam que lhes foi tirada uma das poucas diversões e que o ambiente do bingo salutar e uma reunião de amigos, de pessoas que conversam e trocam boas idéias e risadas... Se todo mundo tem razão, onde está a razão para o fechamento dos bingos? É preciso saber diferenciar a razão da verdade. Todo mundo pode estar com a razão e como no caso em tela, ninguém está com a verdade. A verdade é que o crime não está no bingo ou no jogo. O crime está na moral da má fiscalização, do mau empresário, do mau dirigente, que corrompe e é corrompido pela falta de pulso da sociedade na escolha e na condução do Poder. Legislativo, Executivo e Judiciário cada um per si tumultuam as normas que deveriam regulamentar o jogo e o bingo como uma forma de comércio, divertimento e geração de recursos para o sistema tributário e para os fins sociais, para a criação e manutenção de empregos. Mais uma vez somos testemunhas de que ninguém quer acabar com o roubo nem com o ladrão. Todo mundo quer assumir uma postura do contra ou a favor e ninguém quer resolver o problema. O pai perde o seu sustento e o da família, os clubes perdem uma parcela que poderia incentivar a educação e o esporte o fisco deixa de recolher os tributos, o cidadão perde a oportunidade de divertir-se.Esse é o tipo de razão que ninguém deveria ter porque todos perdem, principalmente A VERDADE .


Tirar partido da novidade

O apreço dura enquanto é novidade. Ela agrada a todos porque varia e refresca o gosto. Gosta-se mais de uma mediocridade nova do que de um prodígio conhecido. Até o que é excelente se gata e envelhece. A gloria da novidade durará pouco, ao final de quatro dias perderá o respeito. Por isso, deve-se tirar todo o proveito do primeiro agrado fugaz. Se o valor da novidade esfria, acaba a paixão, e o gosto se converte em rejeição. Tudo tem seu momento e passa.Baltasar Gracián- A Arte da prudência
Usar os meios humanos como se os divinos não existissem, e os divinos, como se não existissem os humanos

APRENDER A USAR O DESPREZO
Uma maneira astuta de conseguir as coisas é desprezando-as. Quando se procura por elas, elas não estão lá, e mais tarde, sem que tentemos, elas vêm correndo. As coisas terrenas são as sombras das eternas, e se comportam como tal; fogem quando as perseguimos e nos perseguem quando fugimos delas. O desprezo é a mais política das vinganças. Uma máxima sábia: nunca se defenda com a caneta, pois ela deixa uma pista e glorifica os rivais, ao invés de puni-los por sua insolência. Os indignos sagazmente se opõem aos grandes homens: tentam ganhar fama de modo indireto, sem merecê-la de fato. Seriam desconhecidos se seus excelentes oponentes não fizessem caso deles. Não existe vingança maior que o esquecimento: enterrar os outros no pó da própria insignificância. Tolos descarados tentam tornar-se imortais incendiando as maravilhas do mundo. Uma maneira de calar falatórios vulgares é ignorando-os. Contestá-los causa prejuízo. Dar-lhes crédito traz descrédito. Contra a emulação, a complacência; pois a sombra do desdouro, ainda que não obscureça de todo a maior qualidade, diminui o brilho.Baltasar Gracián


Saiba sair de cena
Saiba sair de cena Uma das coisas que aprendi com pessoas de grande sabedoria é saber sair de cena, deixar o palco, sair da roda, mudar de assunto.Saber o momento exato de fazer com que os holofotes fiquem sobre os outros e não sobre você.No mundo competitivo em que vivemos a sua presença "marcante" pode marcar demais. A sua idéia "brilhante" pode brilhar demais. A forma "inovadora" de pensar pode inovar demais.E nem sempre as pessoas estão dispostas a deixar você brilhar impunemente. É hora de sair de cena.Nem que seja por um tempo.É preciso fazer os outros pensarem que você desistiu.É preciso dar a chance das pessoas acharem que você não quer mais estar no palco.Mas saber sair de cena é uma arte tão importante quanto saber entrar em cena. Todo ator sabe disso. Assim, é preciso sair de cena com classe. É preciso sair de cena com a discrição de um lorde inglês.Quando as pessoas sentem-se ameaçadas por você e começam a ter respostas agressivas

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